Televisión
Streaming Brasil 2023: Mercado continua crescendo no Brasil
Plataformas FAST, SVOD e AVOD crescem no Brasil pese ao aumento do churn provocado pela crise econômica e a inflação, enquanto a base de TV tradicional continua a cair. Pirataria e segurança das redes são temas de destaque em um evento que reuniu várias centenas de profissionais na capital paulista.O Brasil Streaming 2023 que se realizou o 9 de maio de 2023, em São Paulo, com a presença de várias centenas de profissionais, e alguns dos principais players do mercado de streaming e TV paga do país.O evento começou com a palestra de abertura “Desvendando o consumo de conteúdo nas Smart TVs”, mistrada por Essio Floridi, Director Sales and Operations Latam da Samsung Ads, que afirmou que na região há 15 milhões de aparelhos Samsung conectados, com ‘quase 60 milhões de consumidores no Brasil’ em um ambiente Brand Safety o que ‘nos dá o maior conjunto de dados de consumo (ACR) Automatic Contente Recognition. Cada três segundos se coleta uma imagem de cada aparelho que vai para nossa base de dados’, que faz coleta de informação, e que junto com o hardware ea conexão do aparelho gera dados que permitiram definir quatro tipos de consumidores, que definimos como Turistas.‘Temos turista de Gênero, o de Streaming, o Turista Linear, e o turista de Plataforma, que consome Gamer, em três plataformas que são o Playstation (10 % é o console preferido); 79% dos gamers consomem pelo menostrês (3) plataformas por mês: Linear (aberto e pago). Streaming AVOD e gaming. Deles 91% dos gamers consomem AVOD sendo uma ‘audiência aberta e engajada a publicidade’.
A seguir, Ricardo Falcão, Diretor da Claro TV+ disse que a empresa se entende como ‘um hub de conteúdo que agrega conteúdo contra o paradoxo da escolha; que trabalha e se foca na jornada do consumidor, uma jornada mais complexa que leve ao cliente ao um serviço mais estruturado. Finalmente focar no conteúdo com flexibilidade, opções a La carte, e assistir onde quiser com personalização’.
Falção disse, ainda que a Claro ‘está construindo um novo modelo de hub que pretende criar uma nova experiência com uma nova solução de tecnologia, mais flexível, 100% digital, lowcost e lowprice, baseado no Claro TV+, soluções OTT com custo menor’, e que a ‘expectativa é terminar 2023 com uma queda da diminuição da base de clientes’.
ISPs e agregadores de serviços
O painel “Streaming como negócio aos ISPs: para além do SVA” debateu como os serviços de vídeo e streaming têm sido encarados, predominantemente, como um serviço de valor adicionado e pelos imediatos benefícios tributários. Mas o vídeo pode ser um bom negócio, trazendo receitas novas, diferenciando serviços e fidelizando a base em um cenário de competição cada vez mais intensa. Participaram, Ricardo Falcão, Diretor da Claro TV+; Tatiana Vaccari, Diretora de Marketing do Grupo Alloha Fibra; Rodrigo Schuch, presidente da NEO Associação; André Santini, CMO da Watch Brasil; Eduardo James, diretor de soluções e vendas de canais na área de parcerias estratégicas de distribuição da Globo; e Clayton Rogerio de Assis, diretor de Streaming & Conteúdo da AmericaNet.
André Santini afirmou que a próxima parceria será com a Globo que estará integrada a Watch Brasil, ‘queremos a melhor experiência de uso, com um agregador que tem as ISPs de um lado, e do outro os grandes fornecedores de conteúdo, que tem o conteúdo, mas falta-lhes estar perto do cliente. Nós, nascemos para levar o conteúdo ao cliente do nosso cliente. Nós facilitamos o atendimento todo, temos o papel de interfase, seja digital ou presencialmente’.
Tatiana Vaccari disse que para as empresas de fibra a oferta de conteúdo ‘é um agregador para a venda de banda larga. Precisamos prover soluções completas para os clientes, estamos conseguindo democratizar mais o conteúdo com um conceito de stop shop’, porque hoje ‘procura-se mais acessibilidade e entretenimento’.
Pela sua parte, a AmericaNet disse que o conteúdo de streaming é relevante porque pela a composição da empresa e as últimas aquisições houve que unificar e integrar os redends. ‘Chegamos a ter vários, por isso, hoje trabalhamos desde o redende de Limeira a entrega de uma plataforma OTT que ofereça ao cliente um serviço de qualidade com conteúdo linear, OTT e VOD. Desenvolvemos uma caixa homologada com Android e estamos agora avançando para a integração de conteúdo. A Plataforma é nossa, por isso, a ideia da caixa, para assim levar ao cliente a experiência o conceito de smartv”.
O diretor de soluções e vendas de canais na área de parcerias estratégicas de distribuição da Globo, Eduardo James, comentou que o mercado mudou por isso, nos ‘estamos presentes em todas as plataformas. Temos modelos de integração a Globoplay e de outras ISPs, por isso, vamos estar na Watch Brasil. Uma mudança, será porque agora, estaremos presentes em empresas com focos no mercado B2B, em agregadores, ou seja, estar junto de empresas que ofereceram conteúdos as ISPs”.
Globoplay
No meio da manhã, o Streaming Brasil 2023, teve a presença da Teresa Penna, diretora do Globoplay, que disse na palestra “O espaço do Brasil no cenário global do streaming” que o Globoplay ‘não para de crescer’, dentro do contexto que mostra que em 2023 haverá mais de dois bilhões de espectadores.Ela explicou que há diferentes empresas no ecossistema de streaming, e que nestes últimos tempos elas se adaptando as mudanças de consumo. ‘Essa disputa é alavancada por conteúdo, marketing, e tecnologia’, mas que o investimento deve ser consciente, já que se percebeu que mais que volume há que ‘criar uma conexão com o crescimento do conteúdo local’, porque ‘a formula do streaming global é a diferente da formula do streaming local’.
Para Teresa, esta formula passa por conteúdo internacional junto com conteúdo nacional, que vai além de filmes e séries, tem novelas, conteúdo ondemande conteúdo ao vivo, e ainda a capacidade de fazer live streaming de eventos. ‘O Globoplay tem todos esses elementos, temos produção nacional com escala, com parceria com a indústria criativa brasileira produzindo mais de 70 títulos originais. Nossa estratégia passa por ser um marketplace que combina múltiplas plataformas que complementam o nosso conteúdo’. Assim, disse ‘o nosso marketplacetem uma oferta para cada tipo de consumidor com uma plataforma robusta de CRM que permite saber o gosto de cada plataforma’.Assim, todo o conteúdo se distribui em múltiplas janelas, ‘rentabilizando em todas as janelas do ecossistema Globo. Essa estratégia agrega engajamento, e churn com maior life time’. Tudo, porque desse a sua ótica,‘os brasileiros reconhecem essa formula, somos a maior plataforma brasileira, e não temos dúvidas que vamos ser lideres nesse segmento’.
A palestra “Os novos desafios para plataformas de streaming e operadores”, teve a participação de Louise Faleiros, diretora de marketing da Warner Bros Discovery; Jair Cordeiro, gerente executivo comercial da Brisanet; Teresa Penna, diretora da Globoplay; Cícero Aragon, CEO da Box Media Group; André Ribeiro, VP de Marketing e Produtos da SKY; e Rafael Wilker Brandão, gerente de crescimento e produtos da Alares.No painel, foi debatido como adistribuição de conteúdos por streaming tem também desafios importantes, como a comunicação, o marketing, o empacotamento dos diferentes serviços, o engajamento, a relação com produtores de conteúdo e os modelos de parceria. Nesse sentido, Cordeiro disse que ‘a empresa faz a parceria, geralmente com o objetivo de crescer para oferecer melhores conteúdos aos nossos clientes’.
Louise Faleiros, diretora de marketing da Warner Bros Discovery, afirmou que a fusão trouxe mudanças, como que a ‘HBO Max vai ser Max a partir de novembro, com uma proposta de valor mais robusta que inclui os produtos da Warner Bros, e trazemos a Discovery com um conteúdo de Cartoon Network, e agora vamos a ter uma plataforma para a família toda’.
Louise disse que o conteúdo da Warner Bros. Discovery tem ‘um papel muito importante nas mídias sociais. Entramos no Brasil como o quinto player de streaming, e investimos na conexão local com campanhas locais de conteúdos internacionais que geraram 40% mais de engajamento do que outros conteúdos’.
Por sua parte, Cícero Aragon disse que a empresa ‘teve que criar novas formas de licenciamento e agregação de terceiros com mais de 5000 conteúdos eprodutos diferentes. Para conseguir a agregação criamos uma empresa especial para isso, com mais de 15 mil conteúdos e caminhar para conteúdos internacionais. Assim dentro de essa estratégia vamos lançar 10 novos canais FAST nos próximos meses’.
‘A Sky passou de ser uma empresa de um único produto, para ser uma empresa multiproduto. Estamos em todas as cidades brasileiras. O streaming está em um momento de encontrar o modelo, mas o que temos de entregar ao cliente é conteúdo, por isso, queremos ser um hub de conteúdo independentemente da plataforma, que é apenas um meio de aceder ao conteúdo’, afirmou André Ribeiro, VP de Marketing e Produtos da SKY.
Modelos FAST
Na parte da tarde, o painel ‘Como os canais FAST e a publicidade mudam o streaming’, analisou os modelos de monetização dos canais e serviços de streaming e a sua evolução e como a publicidade se tornou uma alternativa relevante para ampliar a oferta de conteúdo dos usuários, em um ambiente em que a oferta cresceu e a comunicação com o usuário é cada vez mais difícil.
Participaram do debate Aline Jabbour, Diretora de Desenvolvimento de Negócio LATAM do Samsung TV Plus; Fabricio Proti, SVP de Ad Sales Multiplataforma América Latina e Country Manager Brasil da Paramount; Fábio Lima, presidente da Sofá Digital; Nelson Sato, presidente da Sato Company; e Omarson Costa, consultor independente. A moderação esteve a cargo de Fábio Cesnik, sócio do escritório CQSFV.
Aline Jabbour, da Samsung TV Plus, disse que a aplicação foi criada para satisfazer um serviço e preencher um espaço. ‘Hoje estamos presentes em quase 500 milhões de devices. O Brasil é um referente, hoje somos o quarto aplicativo mais acessado nas TV da Samsung, isso se dá por estar embarcado e outro pela qualidade do conteúdo, que traga conforto e relaxamento para o nosso espectador. Nossa ideia é trazer um conteúdo relaxante para o espectador, entregando conteúdo para todo tipo de consumidor e interesse’.
Fabricio Proti, da Paramount, disse que ‘a Pluto TV nasceu pensando em uma tecnologia que permita entreter ao mundo, tinha que ser gratuito e por isso tem de ser baseado em publicidade. Fomos os inventores do formato FAST que se propus ser um grande curador de conteúdo. No FAST somos curadores, por isso, fazemos negócios com mais de 600 produtores de conteúdo. São 80 milhões de usuários no mundo em mais de 30 países, com parceiros de conteúdos que nos ajudam a criar escala’.
No caso brasileiro, Proti disse que ‘o Brasil é um país de escala, por isso foi eleito como um dos cinco países mais importante do mundo, crescemos em engajamento, em crescimento de usuários, e como recuperamos aos nossos parceiros. Em 2022, crescemos três dígitos, o que mostra que estamos no caminho certo’.
Fábio Lima, Sofá Digital, disse que a empresa agrega conteúdo, mas ‘temos que falar de problemas’, e, por exemplo, no cinema, há uma mudança de forma de comercialização. ‘Para monetizar um conteúdo no VOD em uma plataforma Premium, preciso de pelo menos 2 mil usuários no FAST’.
Lima avançou para a regulação da TV aberta e a propriedade intelectual, e como o mercado mudou, tanto que a oferta precisa ser repensada e como ‘se compartilha os dados. E se estes dados são transparentes, entendo qual é o consumo’.
Pirataria e regulatório
Um dos temas mais complexos do mercado brasileiro de streaming é a pirataria. No evento, a palestra “O combate à pirataria: da TV paga ao streaming”, de Hermano Tercius, superintendente de fiscalização da Anatel, mostrou como endereçar a complexa questão da pirataria de conteúdos nas plataformas de streaming e como a Anatel está conduzindo a estratégia de combate à distribuição ilegal de conteúdos.
Tercius disse que o problema são as TVs Box (caixas) não homologadas pela Anatel, que tem cinco grandes irregularidades que passam por falta de homologação, clandestinidade, uso indevido da TV por assinatura, prejuízo à ordem econômica e a competição, e fundamentalmente o ‘risco cibernético que estas caixas geram’.
Em cinco (5) anos de PACP, Anatel prendeu 1,441,703 caixas, o que representa mais de 400 milhões de reais. Segundo Tercius o principal problema das TV Boxs é ‘o risco a segurança das redes. Por isso, estivemos um ano e meio de trabalho de engenharia reversa, e detectamos o risco forte de segurança ao próprio usuário porque terceiro conseguem acessar a outros dispositivos que compartilham a rede e capturas de dados e informações dos usuários, além de falta de segurança de rede que permitem a realização de ataques de DDoS, ataques cibernéticos que tentam indisponibilizar um recurso’.
Finalizado o estudo, a Anatel passou a ter um ‘plano de ação de combate ao uso de TV Boxes dos usuários bloqueando o acesso aos servidores e de chaves de criptografia que são utilizados no relativo a equipamentos no homologados que engloba sites de todo o mundo. Nosso foco é a proteção aos consumidores’.
O painel final analisou a agenda regulatória brasileira e qual é a visão do regulador sobre o mercado de streaming no Brasil, e em que aspectos o mercado de streaming precisa ser regulado. Participaram Tiago Mafra, diretor da Ancine; Ana Paula Bialer, BFA Advogados; Mauro Garcia, presidente da Bravi e foi moderado por Gabriela Rocha, Bitelli Advogados.
FM